quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Culturas e idades


Passará despercebido a muitos, que a Alemanha costuma dedicar um especial interesse político, económico e cultural, aos países vizinhos geograficamente colocados a Leste. Talvez mesmo superior ao que consagra aos seus vizinhos do Oeste europeu. Disso se faz eco, por exemplo, o livro (Pátria Apátrida) que ando a ler de W. G. Sebald.
Sendo do ano da minha colheita este escritor, isso poderá também indiciar uma escolha geracional, posterior à II Grande Guerra. O que, perante alguns autores da Europa Oriental, me deixa, por vezes, em branco, relativamente ao assunto de alguns capítulos mais específicos da referida obra. Nomeadamente, certos ficcionistas secundários do desaparecido império austro-húngaro, de que tenho um deficiente enquadramento.
A idade, no entanto, irmana as pessoas, frequentemente, pelas afinidades culturais comuns e referencias concretas, semelhantes, bem como históricas. Acontece que, por brincadeira e cá por casa, no convívio familiar temporário, eu e J. G., nos temos vindo a tratar pelos pseudónimos de Dr. Livingstone e Mr. Stanley, humoristicamente.
Porque, apesar de criados em países diferentes (Alemanha e Portugal), ambos temos presente o célebre episódio do encontro, em África, dos 2 exploradores. Que ficou consagrado pela expressiva pergunta inicial de Henry Morton Stanley: Doctor Livingstone, I presume?! Facto histórico comum, afinal, ao nosso (quem diria?) património cultural. Europeu. E, assim, ambos também, sabemos perfeitamente daquilo de que estamos a falar...

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