sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Mary McCarthy (1912-1989)


À excepção de John Updike, dos autores norte-americanos, é talvez Mary McCarthy a escritora mais representada na minha biblioteca. Acontece que, em finais dos anos 60, estive para fazer um trabalho universitário sobre a sua obra e só à última da hora optei antes por Updike.
Numa das suas últimas entrevistas, Mary McCarthy, perguntada se posta perante uma escolha de voltar a re-viver, faria tudo na mesma, terá respondido que escreveria mais, mas leria menos.



Mulher de fortes convicções, a escritora teve uma polémica intensa com Simone de Beauvoir, figura que detestava, aliás. A emulação entre as duas é atestada por dois livros que, com diferença de apenas um ano, publicaram. Em 1957, McCarthy editou Memories of a Catholic Girlhood e Beauvoir, no ano seguinte (1958), fez editar Mémoires d'une Fille Rangée. Por outro lado, a norte-americana cultivou, com grande fidelidade, uma forte amizade com a filósofa Hannah Arendt, cuja evidência é testemunhada pela volumosa correspondência, recentemente publicada.
Os direitos cívicos e a guerra do Vietname foram duas das grandes causas em que também se empenhou intensamente.



Depois de alguns anos de relativo apagamento, a obra de Mary McCarthy parece suscitar um renovado interesse revelado pela publicação da sua obra completa (The complete fiction), em dois volumes, pela Library of America. O que não deixa de ser uma boa notícia.


4 comentários:

  1. Li pouco de Mary MacCarthy: O grupo, A gente com quem ela anda e Vietname. Não sou uma grande apreciadora da sua escrita. Ou não era porque acho que nunca mais a voltei a ler.
    Bom dia!

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    1. A minha primeira impressão de leitura, há mais de 40 anos, foi positiva. Tenho agora os livros de lado, para os folhear e reler partes, a ver se continuo a gostar...
      Bom dia!

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  2. Agradável evocação, até pelas capas. Pelo meu lado, o interesse é também pela América da época, além das polémicas, incluindo as decifradas do casamento com Edmund Wilson e ainda a obra deste, enfim, as luzes da relação escrita/leitura sobre a vida. Cmpts.

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    1. E ainda ficaram 3 capas de fora..:-)
      Conheço muito mal a obra do segundo marido de M. M., excepto a extrema severidade com que criticou Tolkien, com que, em parte, concordo.
      Saudações cordiais!

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