segunda-feira, 18 de setembro de 2017

A sequência e o tom


Mais almanaque do que folhetim, evito, no Arpose, as rupturas excessivas na sequência de postes, apesar disso. Por vezes, consigo até mini-temáticas de assuntos convergentes que se sucedem com alguma lógica.
Mas acabam por ser frequentes as encruzilhadas, os novos caminhos, as mudanças de tom ou teor da escrita. Entre o mar de Aveiro (foto de Dieuzaide), ontem no Blogue, o meu sono e sonho da noite ( Linha de Estoril e Cascais) e a piscina aquecida, matinal e outrabandista, havia um ponto comum: a Água. Imperceptível para as visitas, sem esta minha subjectiva explicação. Mas não é disso que quero falar, agora.
Saiu recentemente, na Penguin, o último livro de John Le Carré (1931), A Legacy of Spies, que, creio, virá a ser traduzido e editado em Portugal, ainda este ano. Que prossegue, alguns anos depois, a sequência que tem George Smiley como personagem principal. A recensão de Robert Potts, no TLS (nº 5971), intitulada The spies who came back rather old, não é muito lisongeira para com o romance. Se não questiona o tom nem a qualidade da escrita desta obra de Le Carré, aponta diversas incongruências cronológicas do enredo, se referenciadas às ficções anteriores da saga de Smiley. Seria altura de, com benevolência, lembrar Simenon falando dos seus livros: Sou verdadeiro, mas não sou exacto.
Donde eu poderia concluir que, frequentemente, é mais fácil manter o tom do que a sequência condizente...

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