sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Os erres na Educação


Muito provavelmente, a última grande tentativa europeia de reformulação do sistema educativo, terá sido projectada, em França, pelo primeiro-ministro Pierre Mauroy (1928-2013), durante o consulado Mittérrand. Mas o lobby do Ensino particular sempre foi poderosíssimo, em qualquer país. Quando Mauroy decidiu retirar subsídios ao Ensino privado francês, para reforçar o Ensino público, a contestação foi de tal ordem, que o seu Ministério caíu. Mitérrand perdeu a face, demitiu-o, mas manteve a Presidência, até ao fim. Florentinamente, que os políticos não podem ser ingénuos.
Em Portugal, quase ninguém demite ministros, depois de Salazar. Ou eles se demitem, ou então mantém-se até ao fim, mesmo que sejam mentirosos, desastrados nas declarações, corruptos, ou de uma mediocridade assustadora.
O Prior do Crato, ao que parece, teve uma educação esmerada, mas perdeu-se em Alcântara (onde também entra o erre). O matemático Crato (com erre, também) não é burro (mais 2 erres) e, por isso talvez, ao inverso de Mauroy, preferiu enfraquecer o Ensino público, para fortalecer o privado. Quem sabe se um reitorado (mais um erre), com mordomias muito compensadoras, não espera por ele, quando este inenarrável (mais 2 erres) governo acabar, de forma a retribuir-lhe este seu acto tão clarividente e generoso?...

com agradecimentos a AVP.

5 comentários:

  1. Ainda me lembro tb do nosso inenarrável PR a dizer a umas crianças de quatro e cinco anos - vi com estes olhinhos na tv - para se manifestarem contra a política de educação do governo Sócrates.

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  2. Estes vendilhões, e os cavacos deste nosso pobre país, são uma vergonha nacional. Eles é que não têm vergonha nenhuma, porque estão a apostar nas suas carreiras post-governo. Fazem os saldos e os fretes, para receber a compensação mais tarde...

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  3. E, em nome da liberdade de escolha!!!! nas mordomias que por cá foram sendo concedidas ao ensino privado ninguém toca! Ou toca-se muito de levezinho para que o escândalo não seja tão notório...

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  4. Pois é, Maria, falar em liberdade para justificar estas opções, só me lembra um verso de Fernando Assis Pacheco: "Não posso com tanta ironia..."

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