sábado, 19 de janeiro de 2013

Grafologia, caligrafias e outras considerações avulsas


Há vidas que são uma única e só hesitação. Outras, que se pulverizam em fragmentos inúteis e se perdem em pequenos nadas, sem fim à vista. Outras, ainda, de uma coerência a toda a prova, que parecem uma recta perfeita, em direcção ao infinito. Numa pulsão que ignora os obstáculos e os empecilhos.
Parece que, quem tiver acesso a um poema manuscrito de Keats, poderá ter a impressão de que os versos teriam sido escritos na véspera, tal a beleza caligráfica e a linearidade fresca e limpa da escrita do poeta inglês. Sabe-se quanto a escrita (pequeníssima) de Agustina é críptica e difícil de ler - era o Marido que passava, à máquina, os manuscritos. A de Vergílio Ferreira era poupada, ocupando todo o espaço das folhas de papel. Proust (ver imagem) era muito desarrumado a escrever.
E, ao que dizem, Hitler raramente escrevia à mão (até o testamento foi dactilografado), tentando decerto evitar futuras análises grafológicas à sua caligrafia.

2 comentários:

  1. Parabenizo-o pelas interessantes e instrutivas informações constantes em vosso blog. Estou em busca de informações sobre os cinco pontinhos com os quais D.João VI finalizava sua assinatura. Seriam referentes aos reinos portugueses de então?
    Saudações luso-brasileiras!
    Fernando Magalhães
    Rio de Janeiro.

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  2. Muito obrigado, meu caro Fernando Magalhães, pelas suas amáveis palavras. Não o posso ajudar na questão, mas vou tentar averiguar, dentro do possível.
    Cordialmente,
    APS.

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