quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Quotidiano simples e cru (não aconselhável a almas sensíveis)


Se seguirmos pela rua do Arco de Cima, havemos de chegar a uma praça vazia. O relógio de S. Vicente já bateu o meio-dia, há muito. O homem, de rosto muito desgastado pelas  rugas da vida, sentado na mesa da esplanada, lê, anota a lápis, e comenta, em voz alta, para o vizinho gordo e indiferente, o jornal desportivo, da primeira à última página - há quem passe a vida nisto, e seja feliz...
A feira que, às terças e sábados, é da Ladra, está vazia, mas a Praça é acariciada por uma luz outoniça e amena de morna brandura. A Márcia ciranda atenta e agradece, de cada vez que nos serve. Vai ter férias, mas não tem dinheiro junto que lhe dê para ir ao Brasil. Entretanto, há um crápula - leio no jornal - que se demitiu da CGD, incomodado com as Finanças.
Pela fotografia, vejo que engordou bastante: está nédio e luzidio - parece um porco. E está inchado de importância balofa. Volto a perguntar: por onde andarão as FP-25? A matança dos leitões também pode ser antes do Natal.

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