terça-feira, 22 de novembro de 2011

A metafísica e a banalidade, segundo Cioran


"Como esta amiga, reencontrada por acaso num passeio, se obstinava em convencer-me que «o Divino» estava presente em todas as criaturas sem excepção, eu retorqui-lhe: "Naquela também?", apontando-lhe uma transeunte de aparência intoleravelmente vulgar. Ela não soube o que me responder, porque é verdade que a teologia e a metafísica abdicam diante da autoridade de um detalhe mesquinho."
E. M. Cioran, in Ébauches de vertige, 2008 (pg. 84).

2 comentários:

  1. O Divino não pode ser grotesco? Este Cioran, às vezes, é um snob... :-)

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  2. Claro!, e de acordo, c. a., no entanto, objectivamente, o processo que Cioran exprime de provocação-desafio funciona ao curto-circuitar o inefável através do real mais rude.

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