domingo, 20 de novembro de 2011

Entre a usurpação e a primavera, dita marcelista


O que vou escrever será, porventura, polémico.
Mas penso que, qualquer cidadão português consciente, hoje, deve sentir algo de semelhante ao desconforto que sentiam os portugueses aquando da usurpação filipina entre 1580 e 1640. E, nesse período, até houve, por pequenos períodos, governantes de origem portuguesa, muito embora todos soubessem que eram meros títeres de Madrid. Hoje, não é só de Madrid. Porém nesse tempo houve sempre a esperança da libertação e do regresso da independência. Hoje em dia, haverá?
Por outro lado, e noutra época, na dita "primavera marcelista", onde também houve esperança, permanecia também uma ditadura disfarçada, mais subtil. A Pide transformara-se em DGS (com os mesmos métodos de repressão), havia alguma (muito pouca) liberdade e os trabalhadores, pouco a pouco, iam vendo uma pequena melhoria dos seus salários (normalmente miseráveis) e de alguns direitos secundários. Mas, e apesar de tudo, parecia haver uma moral ou uma ética em alguns dos governantes - talvez de obrigação cristã, talvez hipócrita... E havia uma elite política oposicionista, e de intelectuais esclarecida, patriótica, corajosa e aguerrida que permitia olhar o futuro com alguma esperança para Portugal.
E, hoje, haverá?

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