terça-feira, 13 de setembro de 2011

Fragmento de 1 poema de Herberto Helder


...
Idade sem amor bloqueada pelo êxtase
do tempo. Fria.
Com a cor imensa de um símbolo.

Eu trabalho nas luzes antigas, em frente
das ondas da noite. Bato a pedra
dentro do meu coração. Penso, ameaçado pela morte.
E uma raiz séca, canta-se
no calor. É uma idade cor da salsa.
Amarga. Imagino
dentro de mim.Trabalho de encontro à noite.
Procuro uma imagem dura.
...

Herberto Helder, in A Faca não corta o Fogo (pgs. 25/26), Assírio & Alvim, 2008.

6 comentários:

  1. Ainda bem que gostou, c.a.. Embora seja quase um sacrilégio segmentar um poema, penso que o fragmento, como ideia, está completo.

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  2. Também gosto.
    Este livro do H.H. tem poemas muito belos.

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  3. É verdade, MR. Foi, é um escândalo o a çambarcamento que, algumas livrarias fizeram aquando do lançamento desta edição de 2.000 exemplares que se esgotaram, logo.

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  4. Não sabia que tinha havido açambarcamento.
    Pensei que o livro tinha esgotado devido à propaganda que teve e aos indefectíveis que o autor tem (nos quais me incluo). Um amigo simpático ofereceu-mo no dia em que foi posto à venda e lembro-me que me contou que já estava esgotado na primeira livraria a que foi para o comprar.

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  5. Não sendo o meu poeta de eleição, considero H.B. o mais importante poeta português vivo. Por isso, MR, quando quis comprar o livro, na semana em que saíra, e me disseram que estava esgotado, não quis acreditar. Mas era verdade -soube depois a história, mas sem saber o nome dos açambarcadores.
    Só o consegui comprar, este ano, em segunda mão, mas está como novo e ando a lê-lo devagar.

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